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FRANCES MCDORMAND: OS TRÊS ANÚNCIOS DE UMA GRANDE ATRIZ

  • Writer: Luís Henrique Franco
    Luís Henrique Franco
  • Feb 17, 2018
  • 6 min read

Expressiva, divertida e com um linguajar irreverente que marca muitos de seus personagens, a atriz americana Frances McDormand é um dos nomes mais geniais no ramo da comédia de humor negro, tendo atuado em inúmeros projetos de seu marido, Joel Coen, e se tornado uma grande atriz e uma das veteranas de maior renome em Hollywood atualmente.


Nascida em 23 de junho de 1957, Frances é filha adotiva de um pastor protestante e uma enfermeira, ambos canadenses. Nascida em Chicago, foi criada junto com seus três irmãos, todos também adotados pelo casal McDormand, que não teve filhos naturais. Especializado em restaurar congregações falidas, o pai dela vivia viajando, levando a família consigo através do chamado “cinturão da Bíblia” de Illinóis, Georgia, Kentucky e Tennessee, com o qual a atriz ficou muito familiarizada, até se estabelecer em um subúrbio de Pittsburgh, na Pensilvânia, onde se graduou em teatro em 1979.

PRIMEIRO ANÚNCIO: INÍCIO DA CARREIRA E DA LONGA PARCERIA

Em 1982, Frances obteve seu grau de Mestra em Belas-Artes da Escola de Teatro da Universidade de Yale. Seu primeiro papel como atriz profissional foi em uma peça escrita por Derek Walcott.

O contato dela com os irmãos Ethan e Joel Coen se eu através de sua amiga de longa data, Holly Hunter. Seu primeiro longa-metragem, Gosto de Sangue (1984), foi uma produção dos dois que contava a história de um rico dono de bar que contrata um investigador particular para matar a sua esposa e o amante dela. Logo em seu primeiro papel, Frances assumiu como protagonista em um filme que receberia inúmeras críticas positivas, o que impulsionaria sua carreira nos anos seguintes. No mesmo ano, ela se casaria com Joel Coen.


No ano seguinte, ela teria um papel menor no filme Dois Heróis Bem Trapalhões, também dos dois irmãos. Depois disso, ela ainda voltaria a trabalhar com eles em Arizona Nunca Mais, de 1987, onde atuou ao lado de Nicolas Cage e de sua amiga Holly Hunter. Ela também participou em seis episódios da série de drama policial Hill Street Blues e, em 1988, ganhou um Tony Award em seu retorno ao teatro, com a readaptação de Um Bonde Chamado Desejo feita pela Broadway.

Deixando momentaneamente a parceria com os Coen, Frances assumiu o papel da Sra. Pell, uma jovem mulher sulista abusada por seu marido, no longa de Alan Parker Mississippi em Chamas, onde atuou ao lado de Gene Hackman e Willem Dafoe. Foi por essa emocionante atuação que Frances recebeu sua primeira indicação ao Oscar, como atriz coadjuvante.


Uma feminista declarada, Frances sempre foi extremamente contrária ao glamour que Hollywood tentava impor, odiando ideias como a da cirurgia cosmética ou o uso de salto alto e de seios prostéticos. As poucas vezes em que ela se valeu do uso desses últimos foram em Arizona Nunca Mais, para se adequar mais ao papel de uma mulher que tivera cinco filhos, e em Fargo, onde interpretava uma delegada extremamente grávida. Ela também fugiu da fama hollywoodiana por evitar grandes papeis de renome e permanecer em personagens menos chamativos ao longo dos anos, interpretando personagens em filmes menos conhecidos como Chattahoochee (1989), Ajuste Final (1990), Barton Fink – Delírios de Hollywood (1991), esses dois últimos dos irmãos Coen, e o filme Short Cuts, de Robert Altman, pelo qual obteve até um certo destaque. Isso a manteve um pouco à sombra de outras atrizes durante o final dos anos 80 e primeira metade da década de 90, e mesmo já com uma Indicação ao Oscar, sua carreira continuava a passar um pouco desapercebida.

SEGUNDO ANÚNCIO: A PREMIAÇÃO E OS ANOS DE SUCESSO


O ponto de virada ocorreu em 1996, quando, de volta com sua parceria com Ethan e Joel Coen, Frances McDormand protagonizou o excelente Fargo, caracterizado como uma comédia de erros e de humor negro. Nele, a atriz interpreta Marge Gunderson, uma policial da pequena cidade de Fargo extremamente dedicada (e extremamente grávida), que assume para si a investigação do desaparecimento da filha de um homem extremamente rico, sequestrada por dois homens (Steve Bucemy e Peter Stormare) contratados pelo seu próprio marido (William H. Macy), que espera obter um grande resgate do pai dela para ajuda-lo a pagar suas dívidas (obviamente, ninguém sabe que ele está por trás de tudo). A personagem de Frances entra em cena após assassinatos serem cometidos no território sob sua jurisdição, e a atriz consegue mesclar muito bem a inteligência de sua personagem com algumas sacadas de humor que ditam um tom ao mesmo tempo sombrio e divertido para o filme, que lhe renderia seu Oscar de Melhor Atriz.



A conquista do Oscar e de praticamente todos os prêmios críticos possíveis pelo seu papel em Fargo colocou a atriz em maior reconhecimento pela indústria cinematográfica americana. No mesmo ano, ela ainda teria atuações memoráveis em Lone Star e As Duas Faces de um Crime. Em 1997, ela atuaria no longa de Bruce Beresford Um Canto de Esperança e, em 1998, assumiria um papel no filme independente Talk of Angels.

Em 2000, Frances apresentou ao público duas grandes atuações em papéis coadjuvantes: o primeiro como a reitora de faculdade Dean Sara Gaskell, apaixonada pelo romancista e professor Grady Tripp (Michael Douglas), em Garotos Incríveis; e a segunda como a mãe do jornalista de rock William Miller (Patrick Fugit), que recebe a missão de escrever uma matéria sobre uma banda enquanto acompanha-os em suas turnês no filme Quase Famosos. Esse segundo lhe valeu sua terceira indicação ao Oscar, a segunda como Atriz Coadjuvante, mas Frances foi derrotada por Marcia Gay Harden, que atuara no filme Pollock.


Desde Quase Famosos, Frances estrelou em um grande conjunto de filmes de diferentes gêneros, mas quase sempre procurando o ramo da comédia. Retornando com sua parceria com os Irmãos Coen, fez O Homem que Não Estava Lá em 2001, ao lado do ator Billy Bob Thornton. Em 2003, atuou ao lado de Jack Nicholson e Diane Keaton na comédia Alguém Tem que Ceder. Em 2005, recebeu mais uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em Terra Fria, onde atuou ao lado da atriz Charlize Theron.

Em 2008, assumiu novamente um papel de protagonista ao lado dos Coen, na comédia de humor negro Queime Depois de Ler, uma nova comédia de erros que conta com Brad Pitt, George Clooney, John Malkovich e Tilda Swinton no elenco e narra a história de um ex-agente da CIA (Malkovich) que decide escrever um livro sobre suas memórias, livro esse que acaba caindo nas mãos de dois instrutores de academia (Pitt e McDormand), que tentam extrair dinheiro dele com ameaças de vender seus segredos para o mundo. O que se segue é uma série de erros causados pela falha de comunicação e de informação entre os personagens, em uma sequência de cenas cômicas que exploram o mais satírico, sombrio e tragicômico do ser humano.


TERCEIRO ANÚNCIO: OLIVE KITTERIDGE E O RETORNO AO OSCAR

Em 2011, Frances atuou em um papel menor no terceiro filme da saga Transformers, como uma agente do governo que busca respostas para os novos achados dos Autobots no lado oculto da lua. No ano seguinte, ela voltou a fazer papéis menores no filme de Wes Anderson, Moonrise Kingdom, e na animação Madagascar 3: Os Mais Procurados, onde ela dublou a voz de uma agente do controle de animais francês que sai à caça dos quatro animais do zoológico de Central Park, enquanto esses tentam se utilizar de um circo para voltarem para casa.

Em 2014, assumiu o papel principal na minissérie da HBO Olive Kitteridge, que adapta a trama do romance de 2008 de Elizabeth Strout, vencedor do Pulitzer, e que conta a história de uma professora que vive com seu noivo em uma pequena cidade em New England. A produção faturou sete Emmys, incluindo o de Melhor Série Limitada e o de Melhor atriz Principal para McDormand.


Em 2016, ela se aliou novamente aos Coen para a produção de Ave, Cesar! Filme que não foi tão bem visto pela crítica e passou quase que sem ser notado. Em 2017, porém, Frances voltou a chamar a atenção do público e da academia por sua atuação em Três Anúncios para um Crime, de Martin McDonagh, que narra a história de uma mãe que busca, através de três gigantescos outdoors, chamar a atenção da polícia local (caracterizada pelos personagens de Sam Rockwell e Woody Harrelson) para o assassinato de sua filha, ocorrido há sete meses e ainda sem respostas. Suas ações geram uma onda de raiva entre os moradores da cidade, mas ela não se contém e continua suas provocações. O papel e a atuação de McDormand já lhe valeram o Globo de Ouro e a tornam uma forte candidata ao Oscar. Assista ao trailer!


 

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