REVIEW - OS ESTRANHOS: CAÇADA NOTURNA

O filme “Os Estranhos – Caçada Noturna” trata-se da história de uma família a caminho de deixar sua filha problemática, Kinsey (Bailee Madison), em um colégio interno, mas não antes de fazer sua última viagem juntos em um parque de trailers. O primeiro momento do filme funciona para apresentar a relação que os personagens estabelecem entre si, deixando pouco explicada a motivação em internar sua filha mais nova. O que o filme expõe é um cenário de notas baixas e de aulas cabuladas, mas esse aspecto fica nebuloso durante toda a narrativa.

Esse background funciona para justificar porquê essa família decide fazer sua última viagem juntos a um parque de trailers que seus tios gerenciam, isolado de toda civilização, como bem pede os clássicos roteiros de filmes de terror. A tensão começa quando os filhos descobrem os corpos dos tios em um dos trailers – fazendo a ponte com a primeiríssima cena do filme, em que um casal de idosos recebe a visita de um grupo de serial killers mascarados, os Estranhos.

A partir desse momento, a perseguição começa. Com várias alusões sutis ao primeiro filme – o bater forte e descontrolado nas portas, as máscaras, os hellos escritos em vermelho nas janelas, entre outros – a família se encontra em uma fuga eterna e muitas vezes brutal das garras desses criminosos.

O filme é um típico filme de terror: recheado de muitos jumps scares, músicas animadas fazendo trilha a cenas violentas e assassinos matando sem nenhum motivo aparente. Pode-se dizer até que é “mais do mesmo”, sem nada que destoe muito de outros títulos da mesma categoria. Inclusive, existem momentos – mais próximos do final – que algumas passagens pecam na veracidade, perdendo um pouco o telespectador.

Contudo, o filme apresenta cenas muito bem dirigidas que ficam na memória, como a cena da piscina. Ocorre um embate entre o filho e um dos assassinos, e essa briga termina dentro d’água. O que é realmente de tirar o fôlego é como eles constroem essa cena usando a clássica música Total Eclipse of the Heart, de Bonnie Tyler, de trilha e uma direção impecável. Essa cena sozinha mereceu muitos pontos para o resto do filme.