REVIEW - HEREDITÁRIO

Hereditário (Hereditary) é a mais nova produção cinematográfica da A24 que realizou longas-metragens como: ”LadyBird - A Hora de Voar”, ”Moonlight - Sobre A Luz do Luar” e “Ao Cair da Noite (distribuído pela Diamond Films)". A história é o desenrolar de como uma família composta por quatro pessoas, Steve Graham (Gabriel Bayne), Annie Graham (Toni Collette) e seus filhos Peter Graham (Alex Wolff) e Charlie Graham (Milly Shapiro) lidam com a perda da matriarca Ellen Graham. O filme terá estreia no dia 21 de junho.

O enredo fica em uma linha tênue beirando o cômico e o dramático, por exemplo, nos momentos em que a personagem Annie Graham tenta convencer a família de que tem algo acontecendo na casa onde eles moram, e pela forma como eles lidam com a perda dos entes familiares que acontece durante o longa inteiro. Uma nova forma de terror psicológico, pois não utiliza jump scare ou recursos sonoros que causem angústia no público. Vale ressaltar que o trabalho é a estreia cinematográfica do diretor e roteirista Ari Aster.

A história até os últimos minutos (filme com duração de 2 horas e 10 minutos) conta com uma mistura de estratégias horripilantes contendo cenas grotescas no mesmo formato de Possessão (The Possession) de Ole Bornedal, situações familiares no estilo Invocação do Mal (The conjuring) de James Wan ao formato de contar a história similar à Ouija: O Jogo dos Espíritos (Ouija) de Stiles White, portanto, “Hereditário” é uma mistura de filmes de terror com um roteiro previsível. No entanto, na cena final acontece uma transformação no estilo estético do filme que transforma todo o entendimento da trama beirando: Salò ou os 120 Dias de Sodoma (Salò o le 120 giornate di Sodoma) de Pier Paolo Pasolini.

As atuações não são algo chamativo da produção, existem momentos que é até difícil de acreditar no personagem, percebe-se que os atores estão tentando, porém o roteiro não ajuda. A parte técnica também não é algo surpreendente, acontece no século XXI, portanto a coloração é regular, contem momentos que é perceptível que exista uma luz com algum rebatedor para iluminar o cenário se tornando algo não natural.

Conclui-se que durante o filme a história é possível de ser aceita, porém muitas vezes se tornando cansativa. No entanto, o clímax que se estabelece na última cena altera a compreensão da história beirando o absurdo. Um filme que eu recomendo assistir mais de uma vez para entender, se tiver paciência.

Spoiler necessário: Para entender o enredo e não ser necessário assisti-lo duas vezes, é importante saber que segundo as teorias demonologistas que estudam os demônios, existem sete reis do inferno: Belzebu, Mamon, Azazel, Lúcifer, Asmodeus, Leviatã e Belfegor. O filme contextualiza um oitavo rei que quer dominar o corpo de um humano para ser endeusado.

O filme Hereditário estreia nos cinemas de todo o Brasil no dia 21 de junho. Confira!

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