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DEZ PERSONAGENS MAIS MARCANTES DE ORANGE IS THE NEW BLACK

  • Writer: Luís Henrique Franco
    Luís Henrique Franco
  • Jul 27, 2018
  • 11 min read


A vida na prisão pode ser um verdadeiro inferno, um ambiente cheio de violações a liberdades, péssimas condições de vida, abusos de autoridade, doenças e situações degradantes, quando não humilhantes. Viver nesse mundo acaba por tirar qualquer pudor ou vergonha das pessoas, como provam os relatos das personagens de Orange is the New Black, uma das mais antigas séries criadas pela Netflix, que já alcança a sua sexta temporada, tendo passado por infestações de piolhos, cartéis internos de drogas, caçadas por galinhas, uma escapada para o lago, um tráfico intenso de calcinhas e uma rebelião interna.

Tendo passado por tudo isso, o presídio feminino de Litchfield certamente criou algumas pérolas próprias, personagens cativantes que marcaram presença ao longo dos anos, quer seja pelos seus hábitos, quer pela sua história antes e durante a prisão. Ao longo dos anos atrás das grades, vemos essas personagens mudarem de comportamento, de pensamento, evoluírem enquanto tentavam sobreviver ao cárcere. Agora, com a sexta temporada pronta para ser lançada, retornamos a Litchfield para lembrarmos um pouco de algumas dessas personagens tão marcantes nessa história tão cheia de absurdos.

JOE CAPUTO


O capitão dos guardas dentro do presídio, Joe Caputo teve a sua importância aumentada com o passar das temporadas, da mesma forma como a sua posição dentro de Litchfield. Com a saída de Natalie Figueroa, ele assumiu a diretoria do presídio, e foi nesse momento que sua importância aumentou, a partir do momento em que suas decisões começaram a influenciar toda a existência do local.

Basicamente, em seu histórico como diretor do presídio, Caputo não teve um único momento de sossego. Logo no seu primeiro dia, as detentas Vee e Rosa conseguiram escapar da prisão. Um tempo depois, uma infestação de piolhos se alastrou pelo local, e então Caputo descobriu que Litchfield seria fechada. Graças a uma intervenção de empresa privada, Caputo conseguiu manter a prisão funcionando, mas logo seus problemas triplicaram com a chegada de novas detentas que hiperlotaram o presídio, e a contratação de veteranos como guardas que tratavam as prisioneiras muito desumanamente.

Todas essas bombas vão explodindo nas mãos de Caputo, que se mostra incapaz de controla-las e vê o seu lado mais humano, que realmente queria fazer o bem para a prisão, ser continuamente desgastado pelos serviços que ele tem que fazer para a corporação para a qual trabalha. Longe de ser um dos personagens mais chamativos da série, é sem dúvida um dos guardas mais chamativos entre os que passaram por Litchfield.


MARIA RUIZ


Presa por formação de gangues, Maria Ruiz é membro e, mais tarde, líder do grupo dominicano das presidiárias. Da mesma forma que Caputo, sua presença inicial no presídio é pouco notada, sendo mais relevante o fato de que, durante a primeira temporada, Ruiz encontra-se grávida e seu drama dentro da história diz respeito ao fato de que ela não será capaz de conviver com seu filho diariamente, não o verá crescer, não estará ao seu lado para ajuda-lo (uma questão que aflige outras presidiárias dentro de Litchfield também).

A questão materna acompanha a personagem ao longo de toda a série, sendo uma de suas principais questões. Contudo, o passar do tempo revela uma posição mais firme de Ruiz entre as prisioneiras. Durante, principalmente, a quarta temporada, ela cresce como a líder das dominicanas e das latinas, criando seus próprios negócios ilegais e criando uma acirrada competição com outras prisioneiras dentro da prisão, companheiras que, assim como a audiência, não haviam dado destaque à personagem até então.

Ruiz é uma personagem cuja aparência inicial engana. Se, em um primeiro momento, vemos uma mãe desesperada para ver sua filha, logo essa imagem se desfaz para dar lugar a uma líder ferrenha, agressiva (ás vezes até demais), que determina seu território e o defende de qualquer ameaça, uma prisioneira durona que não se dobra diante de ninguém, nem dos guardas, e faz de tudo para conseguir o que quer, mesmo que isso a coloque contra suas próprias companheiras.


DESI PISCATELLA


Introduzido na quarta temporada como o novo capitão dos guardas em Litchfield, Piscatella surgiu para tornar o clima da série extremamente mais pesado do que as temporadas anteriores. Gigantesco e bruto, o guarda transferido da prisão de segurança máxima masculina apresenta métodos de tratamento desumanos para com as detentas, não as considerando mais do que animais sem direitos e muitas vezes submetendo-as a torturas terríveis apenas por não considera-las dignas de tratamento melhor.

A quarta temporada marcou uma era negra em Litchfield. Com a contratação de veteranos para o serviço, e levando em conta que eles não tinham preparo algum para lidar com as prisioneiras, os abusos cometidos ao longo da temporada foram inúmeros e extremamente cruéis. E, na cabeça de todos esses abusos, estava Piscatella, comandando tudo e não se importando com o que era feito sob sua vigilância. Para ele, nada havia de errado na maneira como as detentas estavam sendo tratadas, e seus hábitos cruéis foram um dos principais incentivadores para a rebelião que se instaurou pouco depois de sua chegada.

Mesmo durante a rebelião da quinta temporada, os atos do guarda pouco foram modificados. Gerados através de uma sombria história, na qual ele próprio fora responsável pela morte de um prisioneiro na prisão masculina, suas ideias pouco mudam ao longo do tempo. Na realidade, o passar dos episódios só faz com que seus atos e torturas se tornem cada vez piores, aumentando ainda mais a revolta das prisioneiras pela sua presença.


PIPER CHAPMAN


Extremamente questionável, a protagonista da história acaba por levantar opiniões diversas a seu respeito, sendo que a maioria das pessoas não gosta muito dela. Ame-a ou a odeie, contudo, não se pode negar que Piper acaba tendo seus momentos marcantes dentro da prisão, muitos deles justamente criados por causa de seu espírito controlador, arrogante e de tentar conter todas as mudanças em sua mão.

Sua relação com Alex, a maneira como ela força suas ideias de promover mudanças em Litchfield no começo da série, o fato de que todas as outras detentas praticamente a odeiam, sua soberba por causa do poder obtido da venda ilegal das calcinhas e a maneira quase tirânica com a qual ela exerceu seus poderes dentro do local, a disputa com Ruiz, todas essas ações são frutos de gestos não pensados pela personagem, em sua cobiça por ser sempre o centro manipulador de tudo. Essa tendência já a fez entrar em conflito com diversas detentas, como Ruiz, Alex, Red, Doggett, Janae Watson, além dos guardas Healy, Bigode e Piscatella.

Somando tudo, Piper está longe de ser uma das personagens mais adoradas da série. De fato, para uma protagonista, o seu comportamento a fez ser odiada inclusive pelos fãs. Sua presença, porém, é notável, uma vez que ela é o centro de quase todas as confusões que se instauram na prisão e possui pouco tato para lidar com elas. Ainda como protagonista, porém, é interessante de se ver como as ações em Licthfield nem sempre a envolvem, apesar de, tendo em vista seu protagonismo, muito do que é contado acaba colocando os outros como os vilões (como se o público ainda caísse nessa).


BIG BOO


Em Litchfield, com o isolamento da sociedade e a majoritária presença de mulheres no local, muitas delas acabam por se envolver em relacionamentos homoafetivos umas com as outras. Contudo, nenhuma das lésbicas da prisão demonstra sua orientação sexual de maneira tão firme e orgulhosa quanto a detenta conhecida como Big Boo. Mas velha do que a maioria e mais gorda também, ela desafia os estereótipos sexuais ao ser uma das que mais busca se manter ativa sexualmente dentro da prisão.

Durante muito tempo na série, Boo foi uma personagem secundária, com um papel cômico de trazer situações hilárias, comentários descarados e ácidos e comportamentos às vezes um pouco exagerados. Contudo, o avanço da série implicou também no avanço dos debates sobre as questões LGBT, e com isso a personagem ganhou maior destaque. Membro da “família” de Red, foi banida por trair sua mãe e vender informação para Vee, o que a fez se aproximar mais de Doggett, sua antiga rival por questões de preconceitos. A amizade entre as duas fez ambas crescerem na série e colocou uma como defensora da outra durante várias situações terríveis lá dentro.

Para todos os princípios, Boo ainda é uma personagem cômica acima de tudo, papel que acaba por cair muito bem para a comediante Lea DeLaria. Homossexual na vida real, a sua presença traz mais amplitude, veracidade e profundidade aos debates trazidos pela personagem, tanto pela questão LGBT quanto pela questão feminista. Nessas horas, Boo não ri, mas se torna série, rígida e feroz, reconhecendo seus direitos e defendendo-os com um fervor gigantesco, em alguns momentos disfarçado pelo sarcasmo ácido de suas palavras.


TASHA "TAYSTEE" JEFFERSON


Inicialmente, Taystee era mais um alívio cômico dentro da série. Sempre ajudando suas companheiras, suas ações sempre eram acompanhadas por comentários irônicos, sarcásticos ou simplesmente humorísticos. E mesmo que ela fosse considerada a representante das detentas negras de Litchfield, a primeira temporada não a mostra muito pelo lado de líder.

É a partir da segunda temporada, e principalmente durante a terceira, que Taystee demonstra uma influência maior entre as suas companheiras, atuando quase como uma mãe para suas amigas e sendo aquela que sabe resolver os problemas e lidar com cada uma delas. Carinhosa, firme e justa, ela até pode aparentar em alguns momentos que não gosta das responsabilidades que caem sobre ela, mas é sempre a primeira a tentar resolver os problemas quando esses surgem.

Desde que assume a chefia do grupo das negras, anteriormente ocupado por Vee, Taystee cresce muito na série, a ponto de, no final da quarta temporada e durante toda a quinta, se tornar a líder da rebelião orquestrada em Litchfield e não desiste de suas reivindicações de melhores condições de vida e melhor trato das prisioneiras por parte dos guardas. Ainda não sabemos quais serão as consequências desses atos para ela, mas as últimas temporadas serviram, mais do que nunca, para elevar sua posição ainda mais na série.


TIFFANY DOGGETT


Doggett é a detenta que traz em si um belo resumo do estereótipo da caipira fanática dos Estados Unidos. Preconceituosa a princípio, com os dentes podres por causa da falta de tratamento, um sotaque muito acentuado e a crença em ser uma escolhida de Deus que deve purificar o mundo dos maus hábitos (isso inclui a prisão também), Tiffany começa como uma bela irritação dentro de um local dominado por pessoas sem pudor e com diversas relações homoafetivas, algo que ela condena com todo o seu fervor na primeira temporada.

Curiosamente, é a relação dela com Boo, uma das lésbicas mais ativas e que mais defendem os direitos homoafetivos dentro da prisão, que a torna mais interessante. As duas, mesmo com seus pensamentos completamente diferentes e opostos, acabam por se relacionar bem, e mesmo com as ideias preconceituosas de Tiffany. Outro relacionamento que atrai a atenção para Tiffany (embora não de uma boa maneira) é seu amor pelo guarda Coates, o Rosquinha. Polêmica, a relação deu o que falar por ter se iniciado com um estupro que, de certa forma, foi perdoado pela detenta.

No geral, Doggett começa representando bem o grupo das caipiras dentro da prisão, tendo por traços principais sua fé fanática e suas ideias conservadoras e, na maioria dos casos, um tanto idiotas. Contudo, o que a faz ganhar destaque é a maneira como ela, aos poucos, vai se distanciando dessas ideias e experimentando coisas novas, ganhando com o passar do tempo um certo carisma que a faz receber maior notabilidade e importância na série.


SOPHIA BURSET


Burset está presente na série desde a primeira temporada e, desde aquela época, sua presença dá o que falar. Tornando-se logo uma favorita do público, a cabeleireira transexual de Litchfield é carismática, irônica e divertida, ao mesmo tempo em que expõe importantes questões de preconceito e de ódio contra os grupos LGBT+.

Desde a sua história, Burset é vítima de olhares cheios de ódio, julgamentos feitos por suas colegas detentas e ataques. Conseguindo realizar seu sonho e se transformar em mulher com a ajuda de sua mulher, ela então foi vítima de um golpe que a levou à prisão, onde, entre muitos outros comentários piores, diziam que ela não deveria estar em um presídio feminino por se tratar de um homem. Depois de uma briga entre ela e a detenta Gloria Mendoza, ela foi confinada na solitária por um longo tempo, tempo esse que praticamente esgotou suas forçasse quase a fez acabar com sua própria vida. Durante a rebelião, ela assumiu a enfermaria e tratou do guarda Humphrey antes de ir para a solitária procurar por sua amiga, Irmã Ingals.

Mesmo não sendo uma das principais protagonistas da história, a presença de Sophia na série é notória sempre. Não apenas pelo seu status de única personagem transexual na série, mas também pelo fato de ela própria ser sim uma pessoa com muito a acrescentar. Sua experiência de vida e seu eterno combate contra o preconceito a transformam em uma inspiração, tanto por nunca negar quem ela realmente é como por enfrentar aqueles que a insultam com palavras certeiras e sarcásticas.


GALINA "RED" REZNIKOV


Uma das detentas mais velhas dentro de Litchfield, Red é a chefe suprema da cozinha da prisão, e seu maior orgulho é fazer a melhor comida possível para as presidiárias. E ela leva esse trabalho muito a sério, não deixando que ninguém fale mal de seu trabalho e punindo severamente aquelas que o fazem. Ao longo das temporadas, a presença e a força dessa russa implacável dentro da prisão se faz cada vez mais evidente.

Boa parte do poder de Red vem, além de sua posição na cozinha, de sua “família” lá dentro. Tendo acolhido inúmeras prisioneiras sob a sua asa protetora, Reznikov impõe uma disciplina severa sobre elas, especialmente sobre a detenta Nichols, uma de suas “filhas” e uma viciada que luta contra as drogas. Boa parte dessa luta é influenciada pela própria Red, que a afasta das drogadas e a mantém limpa de uma forma fervorosa e feroz. Dessa forma, a russa cria entre as suas uma lealdade quase inquestionável, criada pelo fato de ela estar sempre lá, cuidando de suas próximas.

Ao mesmo tempo em que é cuidadosa com aquelas que lhe são próximas, Red é extremamente severa e até mesmo cruel com as detentas em geral. Seu modo frio e desafiador de ser já a fez passar por poucas e boas, como a perda de sua cozinha (temporariamente), a rivalidade com uma antiga prisioneira quando esta retornou, um assassinato ocorrido em sua horta e a investigação e tortura comandadas pelo capitão Piscatella. De tudo isso, ela conseguiu escapar e sobreviver de cabeça erguida, o que a tornam ainda mais forte como líder dentro da prisão e como uma detenta de respeito por todas.


SUZANNE "CRAZY EYES" WARREN


Não importa em qual temporada, capítulo ou acontecimento você esteja, Suzanne Warren provavelmente vai se fazer notar. Talvez a personagem mais icônica de toda a série, é certamente a que mais chama a atenção, principalmente pela sua condição. Deficiente, é um pouco lenta para entender as coisas e acaba por se perder em universos infantis que ela mesma cria, em alguns casos podendo também ficar extremamente descontrolada e agressiva. Mas apesar disso tudo, não há como não amá-la.

Com uma imaginação extremamente criativa, Suzanne gosta de criar teorias e fábulas extraordinárias, mas seu lado fantasioso acaba não sendo correspondido por suas amigas, apegadas ao mundo real. Tendo começado a série se apaixonando por Piper, ela se tornou em uma seguidora fervorosa de Vee, que a fez ter noção de sua própria força e de que ela era uma pessoa especial. Uma mente criativa a fez criar uma história erótica baseada nos personagens da prisão, algo que atraiu a atenção da detenta Kukudio, com quem ela viveu um breve romance. As coisas, porém, foram por água abaixo com a entrada de Piscatella e dos veteranos, que testaram a condição de Suzanne até o limite e a fizeram se sentir culpada por acontecimentos que não estavam em seu controle.

Acima de tudo, Suzanne é uma alma doce e, até certo ponto, inocente. Com uma atuação que capta o melhor e o pior da personagem, a atriz Uso Aduba conquistou merecidamente o Emmy de Melhor Atriz Coadjuvante por sua interpretação que faz com que Suzanne seja a mais notória detenta de Litchfield. Entre a rejeição de muitos e a aceitação cautelosa de alguns, ela é o mais vivo retrato das condições horríveis às quais as prisioneiras estão submetidas na série.


Esquecemos de alguma? O universo de Orange is the New Black nos apresentou a tantas figuras singulares que é difícil dizer qual delas é a mais chamativa na série. Se você possui alguma personagem favorita que não está nessa lista, deixe nos comentários!

 

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