FAVOR BEBER O LEITE SENÃO ESTRAGA (?)
- Artur Nicoceli
- Aug 20, 2018
- 2 min read
Updated: May 21, 2019
Se você tiver globofobia (medo de balões) não vá assistir à peça, Favor beber o leite senão estraga. São 1250 bexigas por sessão, em um determinado momento cinco dos seis atores estouram todas, ao mesmo tempo. Espero que o grupo pense ecologicamente onde irá jogar toda a borracha fora.
A obra é uma mistura de relações performáticas dentro de um palco italiano com o teatro-documentário. A diretora Alice Nogueira aposta, em muitos momentos, na construção dramática em que os atores não representam um personagem, quebrando a estética de um teatro clássico, mas apresenta a si no palco e não Hamlet, Estragon ou Cosette, por exemplo.
A criação da narrativa é quebrada por momentos audiovisuais de cada ator dizendo a visão pessoal sobre determinado assunto. Como por exemplo, a apresentação do vídeo de um dos atores comentando sobre seu sonho antigo de que uma amiga específica assistisse alguma peça que ele participasse. Ele se apoia no vídeo e pessoalmente quebra a quarta parede pedindo para que alguém da plateia seja essa amiga. Vale ressaltar que a peça é interativa.

Fonte: Celia Helena - Blogger
Favor beber o leite senão estraga, conta as histórias de três jovens, Débora Peccin, Gabriel Labaki e Júlia Terron, que, ao fazerem quinze anos, entram em conflito em determinado momento com seus pais e são visitados por coelhos. Cada jovem tem o seu coelho, sendo eles os atores Ana Junqueira, Leonardo Birche, Tathiana Botth. Assim começa a emboscada dos jovens para entender o porquê da visita dos coelhos.
O enredo não tem algum teor político ou que leve a uma analise antropológica, portanto é uma peça para ir com a família e acabar em pizza, a diversão é garantida. Os atores são apoiados na comicidade, pela proposta de não ter uma representação, é perceptível que eles se sentem a vontade para contar suas histórias de vida, fazendo com que o público se identifique com as mesmas.
Vale enfatizar dois pontos: o primeiro é a atriz Tathiana Botth, que consegue trabalhar em uma linha tênue sobre o cômico e dramático, não sendo exagerado, valendo principalmente os momentos em que ela aparece. E o segundo é a não explicação do porque a peça ter esse nome, no entanto, o Coletivo Cronópio se apoia nessa ideia (do não saber) e usa isso como marketing: “pra quem só quer saber o que significa o título da peça. de volta a sp depois de muito rodar por aí”.

Fonte: Gustavo Calicchio, Blog Valdemiro Nunes
O coletivo Cronópio está em cartaz no Centro Cultural São Paulo, 200 metros da estação vergueiro, às 20h00min, nos dias 21, 22, 28 e 29 de agosto (terças e quartas), com o ingresso à R$10,00.
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