22 MILHAS - UM CLICHÊ FRENÉTICO O BASTANTE PARA SER INTERESSANTE
- Everton Salzano
- Sep 14, 2018
- 2 min read
Updated: May 23, 2019

A missão dada ao esquadrão de elite do agente Jimmy Silva (Mark Wahlberg) é teoricamente simples: transportar até o aeroporto um ex-policial da Indonésia que negocia dar informações sobre um grupo terrorista em troca de auxilio da embaixada americana para ser exilado nos EUA. O percurso de 22 milhas não seria tão longo se gangues locais, grupos terroristas e a própria polícia corrupta não tentassem impedir a missão a todo custo.
Mark Wahlberg está longe de entregar uma grande atuação e sua personagem também não colabora ao desperdiçar o desenvolvimento de uma história de fundo que se mostra interessante nos poucos momentos em que é citada. Mas consegue dar personalidade ao agente Jimmy Silva e, mesmo em momentos de tensão, seu bom timing de comédia dá leveza à trama com sacadas pontuais e respostas rápidas, ao invés de piadinhas premeditadas como é de praxe no gênero e em trabalhos anteriores do ator.

Lauren Cohan (a Maggie de The Walking Dead) da tudo de si como a agente Alice Kerr, que tenta equilibrar suas missões secretas com a necessidade de ser uma mãe mais presente. Sua interpretação deixa clara as camadas de uma personagem complexa e cheia de conflitos dignos de um spin-off próprio.

Uma surpresa boa do elenco é Ronda Rousey, que tem sua primeira personagem de destaque entre algumas participações como atriz paralelas a sua carreira como lutadora de MMA. A ex-campeã do UFC pôde usar não só sua bagagem física na agente Sam Snow, mas também cativar o público com momentos que vão do sarcasmo à vulnerabilidade em seu pouco e muito bem aproveitado tempo de tela.

Com um ótimo ritmo, o filme consegue manter a adrenalina do começo ao fim. Porém 1h35min não é o bastante para fechar pontas de uma trama tão complexa, que acaba deixando de lado o desenvolvimento de bons personagens para focar em explosões e cenas frenéticas de combate.
Em geral, o enredo é bem elaborado e com uma trama visceral que consegue prender o espectador e ainda surpreender com reviravoltas, mas divaga muito para proporcionar primorosos planos de violência gratuita que, mesmo com uma montagem impecável, não se justificam como nada além de um apelo comercial.
Quero acreditar que o final inconclusivo e com vários desfechos de conflito compactados em uma única sequência nos últimos minutos do filme seja um gancho proposital para uma possível sequência que já está em desenvolvimento, pois a premissa do filme é boa o bastante para não precisar se limitar a clichês saturados do gênero.
“22 Milhas” chega aos cinemas brasileiros em 27 de Setembro, distribuído pela Diamond Films.
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