OS INVISÍVEIS - UMA AULA DE HISTÓRIA PARA O POVO BRASILEIRO
- Artur Nicoceli
- Sep 23, 2018
- 3 min read
Updated: May 21, 2019
Diante das situações vividas no Brasil, desde a intolerância religiosa até a tentativa da liberação do porte de armas, “Os invisíveis” chega como uma necessidade para não se esquecer.
O mais novo longa documental de Claus Räfle, diretor de “Uma sátira política cheia de ironia”, conta a história, baseada em fatos reais, de quatro jovens judeus que sobreviveram na Alemanha após o ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, afirmar, em 19 de junho de 1943, que não existiam mais judeus não país do Reich.

(Fonte: foto de divulgação)
De forma ilegal, em média 7000 judeus permaneceram no país, tentando de diferentes maneiras sobreviver ao genocídio. Até o final da segunda guerra mundial, mais de 1700 judeus continuaram vivos. "Os invisíveis" conta a história de Hanni Lévy, de dezessete anos, que necessitou mudar de aparência para não ser confundida, além de procurar incessantemente um refúgio até encontrar um vendedor de ingressos do cinema. A outra jovem é Ruth Gumpel, que junto com toda a família se definem como nômades, pois procuraram diferentes casas para ter segurança na época. Ela e uma amiga começaram a trabalhar na casa de um oficial da Wehrmacht (conjunto de forças armadas alemãs) cujo local era um círculo de contrabando de álcool.
Já os outros dois jovens, o primeiro é Cioma Schönhaus de 20 anos, que ao estudar na escola de artes aplicadas aprendeu a desenhar detalhes e com esse talento se tornou um dos principais falsificadores de documentos, dando a centenas de judeus uma nova identidade. O outro é Eugen Fride, com apenas dezesseis anos, que foi obrigado a abandonar a casa dos pais e procurou refúgio junto com o Werner Scharff (grupo de liderança combatente da resistência judaica). Logo após, ele começa a distribuir panfletos para informar a população alemã sobre as torturas e os crimes que os nazistas estavam fazendo.

(Fonte: foto de divulgação)
Um filme importante para realçar toda a criminalidade que foi a tentativa de extinção da população judaica por meio das ideologias de Adolf Hitler; e principalmente, pelo fato de que á uma semana, 17 de setembro de 2018, alguns brasileiros questionaram a embaixada alemã sobre a existência do holocausto e afirmaram que o ditador, pertencente ao partido nacional socialista, era de esquerda. Todo esse questionamento começou após a embaixada publicar um vídeo explicando que na Alemanha, as pessoas, desde pequenas são ensinadas a confrontar horrores do terrorismo alemão de Hitler e preservar a história para que não se repita.
Pelo mesmo objetivo que a embaixada publicou o vídeo, o filme vem com o ideário de não deixarmos que essa memória histórica se apague. “Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”.
Uma aula de história e de entendimento social, principalmente, pelo terror democrático que estávamos vivendo no Brasil, quando um dos candidatos à presidência perpetua o ideário de intolerância e propaga a violência, não na mesma intensidade, mas no mesmo teor de controle que aconteceu nos anos de chumbo no Brasil e no nazismo na Alemanha.

(Fonte: foto de divulgação)
De forma exemplar os diretores, junto com o renomado cinegrafista Jörg Widmer, desenvolvem a história com uma montagem transversal, acompanhando os quatro jovens guerreiros à procura de sobrevivência, misturando detalhes dos personagens reais com os atores representando alguns momentos da vida dos sobreviventes.
O sensível trabalho do preparador de elenco faz com que o público se sinta comovido pela vivencia dos personagens e apreensivo diante de algumas situações, além de imagens pretas e brancas, existe uma evolução na paleta de cores que é usada como apoio na demonstração de mudança de tempo.
Um filme documentário com uma pesquisa de 10 anos que deverá ser lembrado na história do cinema. "Os invisíveis – nós queremos viver", estreia dia 08 de outubro nos cinemas.
Para mais conteúdo como esse, inscreva-se na Flit Studios: www.youtube.com.br/flitstudios
Confira também o nosso Instagram: @Flittv