ESTÁS ME MATANDO SUSANA - OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS
- Artur Nicoceli
- Oct 12, 2018
- 2 min read
Updated: May 21, 2019
Inspirado no livro “Ciudades Desiertas” de José Agustín, “Estás Me Matando Susana” é o novo longa que conta com a dupla de personagens Eligio (Gael Garcia Bernal) e Susana (Verónica Echegui).
Inverno, onde se acalantam corações e o amor está no ar, como diria John Paul Young. O enredo da trama é sobre um personagem que usa da masculinidade e os trejeitos galanteadores para conquistar mulheres ao seu redor. Quando sua, até então, namorada se revolta com a forma jovial que Eligio leva, abandonando-o para uma celebração de escritores mundiais nos Estados Unidos, sem avisá-lo.
Quando percebe que ela “desapareceu”, Eligio abandona a profissão de artista no meio de uma gravação para procurá-la. No entanto, ao mesmo tempo, chora a perda nos braços de uma das amantes. – “Ela pode ter te deixado por outro homem, você pode passar alguns dias na minha casa”, escuta como resposta da mesma. Ele mesmo entristecido dorme na casa de uma pensando na outra. Quando resolve abandonar tudo e ir para o evento.

(Foto de divulgação)
O hipotético ápice deveria ser no momento em que Eligio encontra Susana nos EUA com outro homem, no entanto a produção optou pela sexualização feminina, assim sendo, quando ela o vê, mesmo revoltada com todas as atitudes infantis do mesmo quando viviam juntos, resolve transar com ele, como se estivesse desculpando-o.
Cenas de agressões são entrelaçadas com o machismo do personagem tentando controlá-la em todas as atitudes, desde o momento em que ele a faz se desculpar por querer um tempo sozinha para encontrar a “vontade de ser alguém” com outra pessoa. O diretor Roberto Sneider erra a mão mesmo optando por um ator como Garcia Bernal, extrovertido e que trabalha bem o personagem, porque satiriza ações machistas, colocando o homem sempre como superior.

(Fotos de divulgação)
A sexualização por meio do corpo da mulher também é usada nesse filme, quando acontecem momentos de erotismo, a atriz contracena desnuda enquanto o parceiro de cena no máximo tira a camiseta. A erotização feminina é feita para que momentos de agressão verbal por meio dos homens não sejam tão estampadas para o espectador. E de uma forma péssima, sempre tentando trazer comicidade para essas situações. Podemos chamar de “50 Tons de Cinza” com cenas engraçadas.
Um filme que realça ainda mais o papel da mulher nos dias atuais dentro e fora das telas de cinema. Existem outras formas de mostrar a relação entre o homem e a mulher sem precisar apelar para o erotismo, como “Her” ou “O Terminal”, assim sendo, os fins não justificam os meios.
“Estás Me Matando Susana” estreia nos cinemas dia 18 de outubro.
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