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DA RÚSSIA PARA A DISNEY: A HISTÓRIA DO QUEBRA-NOZES

  • Writer: Luís Henrique Franco
    Luís Henrique Franco
  • Nov 2, 2018
  • 5 min read


Pyotr Ilich Tchaikovsky nasceu em 1840 e morreu em 1893. Compositor russo, atuou principalmente nos gêneros de sinfonias, ballets, concertos e óperas, sendo um dos compositores mais conhecidos naquilo que é chamado de repertório erudito. Tchaikovsky foi o primeiro compositor russo a conquistar fama internacional.


Hoje em dia, a obra de Tchaikovsky é mais conhecida por seus bailados, mesmo que, em vida, o compositor só tenha sido reconhecido por seus trabalhos no final da vida, com seus dois últimos ballets. Nessa área, é o criador de três obras clássicas de imensa fama e prestígio: O Lago dos Cisnes, A Bela Adormecida e O Quebra-Nozes. Essa última, apesar de ser dita como uma das melhores obras do autor, não foi muito bem recebida pelo próprio Tchaikovski, que se disse não satisfeito com o resultado de seu trabalho. Ainda assim, é uma obra maravilhosa, que inspirou inúmeras outras peças nas mais diferentes artes existentes, incluindo a recente produção da Disney, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos.

SOBRE A PEÇA


Estreado em 1892, no Teatro Mariinsky, em São Petersburgo, O Quebra-Nozes é baseado na adaptação feita pelo escritor Alexandre Dumas de um conto infantil, O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos. Por causa de sua narrativa, é geralmente uma peça encenada durante o período natalino.

As ações do ballet se passam na casa de Clara, que conta uma história de um quebra-nozes de aparência humana, mas com uma cabeça e pernas extremamente desproporcionais. Esse foi o seu pedido de presente para o seu padrinho, que dá a ela um quebra-nozes que sempre realiza a sua função com um sorriso no rosto.

Contudo, Fritz, irmão de Clara, também decide experimentar o quebra-nozes, mas o testa em nozes muito maiores do que o suportado pelo brinquedo, o que resulta em um de seus bracinhos ser quebrado. Diante das reclamações e tristeza de Clara, seu pai decreta que o brinquedo seria de uso exclusivo da filha. Ela então, recolhe o braço e embala seu brinquedo até que dorme e cai em um sonho estranho, onde se encontra no esconderijo em que ela guardou o quebra-nozes, que agora é um ser humano de verdade e um soldado que comanda uma legião inteira atrás de si.


Além disso, Clara percebe que o esconderijo de seu brinquedo está agora tomado por ratazanas, que travam uma feroz batalha contra os soldados do quebra-nozes, sendo esses últimos os vitoriosos. O quebra-nozes, então, se torna um lindo príncipe que leva Clara para seu reino conhecer o rei e a rainha, seguindo logo depois para muitos outros reinos, onde conhecem diversas personalidades diferentes. Ao final, no entanto, Clara acorda e percebe que estivera o tempo inteiro sonhando, o que a deixa triste.

O QUEBRA-NOZES E O ROMANTISMO

O Quebra-Nozes é uma obra que chegou à Rússia Imperial por influência dos franceses. Naquela época, a França despontava como um enorme berço cultural, especialmente pela transição da segunda para a terceira fase do Romantismo.


Era uma época de grande movimentação, tanto social quanto econômica, com os resultados da Segunda Revolução espalhando-se por toda a Europa. Em meio a esse avanço de um pensamento mais materialista, o movimento romântico surge para se opor a essas ideias e buscar uma literatura que foque mais em uma fuga da realidade, a busca por uma janela de escape de uma cultura que, segundo seus autores, não deveria ser alimentada. Em suas diversas fases, os autores românticos buscaram diversas formas de evitar a realidade. Nos primeiros anos do movimento, buscava-se refúgio no passado longínquo e nacionalista e a valorização de figuras históricas de peso em cada país. Na segunda fase, a fuga foi encontrada em uma jornada subjetiva, privilegiando o individualismo e a ideia de um sofrimento interno diante do tédio da realidade, originando uma insatisfação depressiva que ficou conhecida como o “mal do século”.

Nesse contexto de fuga da realidade, O Quebra-Nozes surge como uma peça que evoca essa mesma fuga, levando sua protagonista para um mundo encantado e utópico de belezas infantis. O amor de um belo príncipe, a presença de seres mágicos que a acompanham, mesmo a batalha contra as ratazanas evoca uma questão gloriosa e bela (no caso da batalha, a ideia do triunfo diante do mal e da recuperação definitiva do reino). O golpe maior dessa peça e que a coloca bem no centro das questões românticas e justamente seu final, quando Clara acorda e percebe que tudo não passou de um sonho. A tristeza da personagem reflete a tristeza daquela geração, que ao mesmo tempo que se depara com uma possível fuga da realidade, ao mesmo tempo sente a dor de, em determinado momento, ser forçado a voltar para o mundo real, tedioso e sofrido no qual está preso.


UMA HISTÓRIA NATALINA

Mas a ideia de um mundo de sonhos não reflete apenas a tentativa romântica de escapar a realidade. O Quebra-Nozes apresenta por si só uma aura muito voltada ao período natalino, principalmente pela ideia de crianças recebendo presentes, de reunião familiar e de magia. Associando a ideia do sonho com a imaginação infantil, temos um mundo construído pela mente de uma criança, um lugar repleto de esperança onde todos os seus desejos podem se tornar realidade. A associação ao universo de uma mente infantil se reforça pela presença do brinquedo que ganha vida e acompanha sua dona por sua aventura.

Mas do que isso, é importante ressaltar a maneira como a peça reforça a busca pela felicidade e pela esperança no período natalino, algo que passa a ser abordado em outras produções com a temática do Natal. O filme O Expresso Polar é um exemplo disso, colocando inúmeras crianças dentro de um trem com destino ao Polo Norte, em busca de um espírito natalino e de fé, em uma época da vida onde, para seu personagem principal, a mágica do Natal já começara a se perder.

TÁ NA DISNEY

A primeira vez que a Disney fez uso do ballet de Tchaikovsky foi na década de 40, quando lançou a sua apresentação musical, Fantasia. Juntando um número considerável de apresentações clássicas, a apresentação sinfônica mesclou animações feitas de acordo com cada peça apresentada, com números que iam desde Beethoven e Dukas até Bach e Stravinsky. Do clássico ballet de Tchaikovsky, o número The Nutcracker Suite foi o segundo apresentado.


Com sua popularização por volta da metade do século XX, a peça russa foi aos poucos ganhando maior fama e servindo de inspiração para inúmeros contos e filmes natalinos. Atualmente, a Disney relançou a história do balé em seu novo filme. Em O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos, Klara (Mackenzie Foy) recebe um presente mágico e misterioso de seu padrinho (Morgan Freeman), para o qual existe apenas uma única chave. Após perder essa chave, no entanto, Klara se vê forçada a mergulhar em uma aventura através de quatro reinos mágicos: o Reino dos Doces, o Reino das Neves, o Reino das Flores e o temível Quarto Reino. Confira o trailer!


 

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