A VIDA EM SI - BOB DYLAN E LÁGRIMAS
- Clara Sangiorgio
- Dec 2, 2018
- 2 min read
Updated: May 23, 2019

Spoiler Alert: Esse texto contém spoilers sobre o filme!
O filme começa com uma cena cômica narrada por Samuel L. Jackson, nada de ruim pode acontecer certo? ERRADO!
Escrito e dirigido por Dan Fogelman, de This Is Us, aclamada série da NBC, e estrelado por Oscar Isaac, Olivia Wilde, Mandy Patinkin e Olivia Cooke, A Vida em Si faz com que você se sinta estranho logo nos primeiros cinco minutos, e a confusão de sentimentos segue até os créditos finais. No começo parece que estamos lidando com uma comédia-romântica que o título termina com a palavra amor do final dos anos 2000, mas isso só até a primeira tragédia a ser contada, daí pra frente o filme se transforma em uma mistura de Game of Thrones com This Is Us.

Narrado em capítulos e sempre acompanhado por músicas de Bob Dylan, A Vida em Si começa pela história de Will (Oscar Isaac), que parece viver um conturbado momento em sua vida. Em sua visita à sua terapeuta descobrimos que a raiz de sua dor é a morte trágica de sua esposa grávida Abby (Olivia Wilde), paixão que ele nutre desde os anos de faculdade. Ele conta toda a terrível história de vida dela, então descobrimos que sua filha sobreviveu ao acidente, mas ele não suporta a dor e acaba se matando ali mesmo no consultório. 50 minutos de filme e já tivemos um acidente de carro, abuso sexual, atropelamento, suicídio e a morte de um cachorro!

Visualmente, o filme é bonito, tem escolhas de câmera interessantes, por exemplo nos momentos em que vemos Will em seu pior estado de confusão mental, e uma fotografia agradável. A forma narrativa também é pouco usual, o uso de capítulos e a alternância entre flashbacks e o presente criam uma trama que aos poucos vai fazendo sentido. No entanto os recursos narrativos são clichês e a construção dos personagens é fraca, assim mesmo tendo um elenco de peso e atuações excelentes – principalmente de Oscar Isaac, que se destaca – não criamos nenhum laço com os personagens.
A escolha de final é preguiçosa e tenta trazer um discurso sobre como o amor supera todas as tragédias, mas não convence nem um pouco. O filme não é excelente, mas também não é de todo ruim, talvez eu assista novamente em um domingo chuvoso em que eu só queira ver um filme para chorar. Me parece a situação perfeita para assistir A Vida em Si.
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