O MANICÔMIO - NÃO TENTA SER DIFERENTÃO, POR FAVOR!
- Artur Nicoceli
- Dec 21, 2018
- 3 min read
Updated: May 21, 2019

Um, dois, três... Gravando. Eae pessoal, tudo bem? Eu sou mais um youtuber, ou melhor, somos dois que resolvem fazer pegadinhas horripilantes onde devemos passar algumas horas em algum lugar, como no último desafio que ficamos no IML e tiramos uma selfie com uma mulher morta – veja no vídeo anterior - e esse é o nosso desafio anual.
É dessa forma o longa “O Manicômio” introduz dois dos personagens principais que irão fazer o desafio de passar 24 horas em um antigo hospital abandonado em que, na segunda guerra mundial, pessoas consideradas doentes eram “tratadas” – torturadas, e muitas vezes, mortas. Os dois jovens convidam à hipotética youtuber rival para também participar do desafio com o objetivo ficcional de conseguir caçar fantasmas e o “real” de ter o máximo de visualizações e curtidas.
São dois youtubers mais a produtora do canal deles, a youtuber rival e o garoto que faz pesquisas de campo no manicômio e que possui a chave para conseguir entrar no espaço. Esse pesquisador tem uma ex-namorada youtuber que foi levada lá por ele no ano passado e teve visões com uma determinada paciente que se relacionou com um dos médicos na segunda guerra mundial e foi morta por outros doutores. Quando a youtuber percebe que o ex-namorado está levando eles para esse lugar assombrado, ela resolve se juntar ao bando.

Em um determinado momento da brincadeira, os dois amigos resolvem chamar um terceiro para fazer pegadinhas com a youtuber rival. Eles se tornam sete pessoas vivendo mais um clichê à procura de aparições fantasmas.
A câmera tem a perspectiva de capturar imagens como se o espectador do vídeo (nós) estivesse vivendo também com eles naqueles momentos. No entanto, tem uma perspectiva de cortes que pretende representar qualquer canal de vídeos na internet – só que mal feito, deixando confusa a localidade, pois ao iniciar o filme, o pesquisador explica, apontando para diferentes prédios, cada funcionalidade como: esse é a ala dos meninos, esse das mulheres, aqui é a reitoria, desse outro lado o setor das pessoas doentes, e o filme acontece em alguns ambientes e não fica claro o exato lugar onde eles estão, fazendo com que aceitemos o que está acontecendo, sem querer pensar muito porque senão o enredo se perde.

A dramatização do lugar é mais um clichê de filmes de terror que bebem do jump scare. O manicômio bebe das construções cênicas de “Atividade Paranormal” e “A bruxa de Blair”. No entanto, a relações dos youtubers transformam eles em humanizados e não em estereótipos, mesmo o desafio sendo uma crítica a qualquer besteira que um Vloger faz para conseguir seguidores/likes e compartilhamentos.
Nós queremos ser diferentes! – Acredito que esse tenha sido o pensamento do diretor Michael David Pate para a gravação e manipulação das cenas, pois existe uma mixagem de vídeos que já apareceram anteriormente durante o filme com o momento “atual” da estadia no manicômio sem motivo algum e perdendo a objetividade da imersão do público na história. Além do final que poderia ter acabado alguns minutos antes, mas a necessidade de ser diferente foi à comprovação do ato do surgimento de mais um personagem, deixando a história confusa e sem pontos de ligação.
Onde tudo estava concluído – Brincadeira – não ta mais.
Observação: O filme será estreado no dia 03 de janeiro de 2019 nos cinemas de todo o Brasil, no entanto de acordo com a distribuidora Paris Filmes o longa será somente exibido com dublagem e não legendado.
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