LIZZIE - BRUTAL E BONITO
- Artur Nicoceli
- Dec 23, 2018
- 2 min read
Updated: May 21, 2019
4 de agosto de 1892. Um casal, Abby Durfee Gray e Andrew Jackson Border, é assassinado à machadadas por um criminoso desconhecido em Fall Rivers, Massachussets. Desde o julgamento, só existe uma única certeza: de que as duas pessoas que estavam na casa eram sua filha Lizzie Adrew Border e a empregada Bridget Sullivan.
A história se tornou um marco na criminalidade estadunidense, sendo considerado um dos casos mais conhecidos no âmbito investigativo e criminal, pois a justificativa de que nenhuma das duas havia cometido o crime era de que a empregada estava limpando as janelas no momento em que o ato aconteceu e Lizzie, por ser uma mulher de um “status quo” elevado, não poderia cometer tal crime com tanta brutalidade contra o próprio pai e madrasta.

(Foto de divulgação)
Craig William se baseia nesse fato real para embasar a construção da narrativa estrelada por Chloë Sevigny como Lizzie e Kristen Stewart sendo a empregada Bridget. É nítido o embasamento dos acontecimentos para a produção do roteiro, pois segue uma linha de raciocínio lógico diante das perspectivas do verdadeiro acontecimento, ou seja, “tem um dedo” no documentário, já que o longa anda paralelamente com o que aconteceu com a família Border.
Vale ressaltar a dicotomia de atuação das duas personagens principais, porque enquanto Sevigny demonstra as nuances e a loucura interna da personagem apenas com as expressões e as ações ambiciosas, Kristen Stewart ainda bebe do conceito da trilogia crepúsculo e de Zathura (2005) onde fazia a irmã revoltada contra os dois jogadores. Ela parece ter uma dificuldade de sair da sua construção de personagem, mas é nítido o crescimento dela cinematograficamente, pois saiu daquele romance juvenil entre vampiros e lobisomens e se aventurou em assassinatos e amores homossexuais.
Existe uma dificuldade de início de narrativa para criarmos uma relação de afeto com os personagens, deixando o público distanciado diante da história. Porém, com a mudança de alavanca (que demora) é criado uma relação entre a empregada e a filha que se transforma em um amor e em um empoderamento feminino que faz com que torçamos para que algo violento aconteça, já que o pai estuprava a empregada e a mãe, silenciada pelos costumes da época, sabia do ato, mas não podia agir sobre.

(Foto de divulgação)
“Lizzie” foi indicado ao grande prêmio do júri no Festival de Sundance de 2018 e estreia no Brasil em 3 de janeiro de 2019, com distribuição da Diamond Films.
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