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CRÍTICA - GREEN BOOK: O GUIA

  • Writer: Luís Henrique Franco
    Luís Henrique Franco
  • Jan 20, 2019
  • 3 min read


Tony Lip (Viggo Mortensen) é um segurança de clube que precisa arrumar um novo emprego enquanto o local onde trabalha passa por uma reforma. Precisando de dinheiro, ele arruma um emprego para ser motorista do músico Don Shirley (Mahershala Ali) durante uma turnê dele e de sua banda pelo sul dos Estados Unidos. Tony é italiano, grosso, fuma muito e come demais, além de ser um falastrão e dizer muita besteira. Shirley é um pianista negro, polido, extremamente educado e elegante, fino e extremamente solitário. Juntos por dois meses, os dois homens quase não se aguentam, mas acabam aprendendo muito um sobre o outro.

Green Book: O Guia é um filme que, em um primeiro momento, pode lembrar um pouco o clássico dos anos 90 Conduzindo Miss Daisy. Mas, ao contrário do filme protagonizado por Morgan Freeman e Jessica Tandy, Green Book inverte os papéis e coloca o personagem negro como o chefe de um motorista branco. Soma-se a isso o fato de que o filme se passa nos estados sulistas americanos no começo da década de 60, e temos uma fórmula bem conhecida para um filme com uma mensagem sobre o racismo. Essa mensagem, no entanto, é transmitida de uma maneira bem mais tocante e profunda, porque não só mostra a violência visível contra Don Shirley, mas analisa também um racismo velado que parte tanto daqueles que contrataram o músico para tocar, demonstrando-se amigáveis à princípio mas ignorando e atacando-o às escondidas, quanto pela parte de Tony, que não percebe e não admite o quanto seus próprios pensamentos são extremamente nutridos de preconceito.

A atuação dos dois protagonistas é o ponto mais chamativo do filme. Mortensen e Ali formam uma dupla extremamente convincente e que alimenta uma química muito forte. Muito bons quando separados, é nos momentos em que a dupla se une que o filme ganha sua maior essência e, por trás desses dois personagens tão diferentes, forma-se uma amizade única que carrega todo o significado do longa.


Aqueles familiarizados com Capitão Fantástico se surpreenderão com essa nova versão de Mortensen, que come, bebe, fuma e fala besteira a todo o momento. O ator certamente consegue se soltar dentro de seu personagem e, embora o sotaque e os trejeitos de italiano possam parecer um pouco estranhos em alguns momentos, vemos uma atuação que se entrega a um personagem ao mesmo tempo divertido e impactante.


Mahershala Ali realmente merece todos os prêmios que vem recebendo. Seu papel como um homem de enorme talento e polidez, mas que mesmo assim se vê sufocado pela solidão e pelo racismo, é feito com enorme intensidade, e o ator realmente mergulha na condição de seu personagem, demonstrando-se aflito sem perder a compostura que lhe foi ensinada, internalizando sua raiva durante os atos preconceituosos ocorridos em sua turnê e lidando com seus problemas sem perder sua classe e seu orgulho e criando um personagem extremamente complexo para o qual precisamos olhar com o dobro de atenção.


Green Book estreia dia 24 de janeiro nos cinemas e é um grande filme sobre amizade, diferenças e sobre preconceito em diferentes níveis, um filme que sensibiliza e nos faz despertar um pouco mais para nossos próprios atos e o quanto eles realmente podem significar, por menores que nos pareçam. Um filme que vem com grande força para o Oscar desse ano e pode surpreender, principalmente em categorias de atuação.


 

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