SE A RUA BEALE FALASSE - A LEVEZA DO AMOR, O PESO DO RACISMO
- Clara Sangiorgio
- Jan 24, 2019
- 2 min read
Updated: May 23, 2019

Em 2017 Barry Jenkins venceu o Oscar de melhor filme com o emocionante Moonlight: Sob a Luz do Luar. Agora ele volta a trazer lágrimas ao publico com Se a Rua Beale Falasse, baseado no romance homônimo de James Baldwin lançado em 1974.
De uma delicadeza ímpar, o filme se passa nos anos 70 no bairro nova-iorquino do Harlem, e narra a história do jovem casal Tish e Fonny, que lutam para se manterem juntos quando ele é acusado e preso injustamente.

Todos os elementos do filme são graciosos, desde o tom de voz da protagonista, passando pelos momentos de ternura e romance entre Tish e Fonny, as cores, a fotografia, uma trilha sonora indicada ao Oscar que faz a história saltar da tela e dá vida as personagens de uma maneira espetacular. Quando combinados, estes elementos contam uma história poderosa: o amor dos jovens é pano de fundo para abordar a questão racial nos Estados Unidos.
Apesar de não serem citados diretamente no filme, o movimento dos direitos civis, a marcha por Washington D.C de Martin Luther King, e todas as pequenas conquistas trazidas por estes, como o fim das Leis Jim Crow de segregação racial, ainda eram muito recentes para as personagens. Eles viviam em um período onde o racismo não era mais institucionalizado, no entanto a segregação ainda era forte. Ao invés de mostrar o horror do racismo de forma truculenta, o diretor opta por fazer o público vê-la através do amor: por que isso acontece com quem só queria ter uma vida ao lado da pessoa que ama?

“Se a Rua Beale Falasse” é uma obra atemporal. Apesar de ter sido escrita na década de 1970, ainda hoje é uma história muito atual, e o filme conversa diretamente com o movimento ativista afro-americano Black Lives Matter que gira primariamente entorno da violência policial e a desigualdade racial no sistema de justiça criminal dos Estados Unidos. Desta forma, a adaptação do livro por Jenkins é muito importante para o cenário social contemporâneo.
Com 3 indicações ao Oscar – Regina King como Melhor Atriz Coadjuvante, Trilha Sonora e Melhor Roteiro Adaptado – “Se a Rua Beale Falasse” chega aos cinemas brasileiros dia 7 de fevereiro.
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