SEREIA: LAGO DOS MORTOS DE TÉDIO
- Luís Henrique Franco
- Jan 24, 2019
- 3 min read

São vários os fatores que contribuem para que o novo filme de terror russo Sereia – Lago dos Mortos não seja uma experiência boa de se viver. Ao longo do filme, o expectador vai sentindo cada um desses fatores em separado, e cada um deles causa uma sensação diferente. No final, todos eles se unem para criar um filme que não assusta, nem entretém.
Vamos começar pela trama em si. Em um lago isolado na Rússia, um rapaz prestes a se casar desperta uma antiga criatura, uma sereia que busca por um amor incompreendido e ataca com ódio e fúria aqueles que não aceitam sua paixão, ferindo não só a pessoa em si, mas todos aqueles ao redor dela. Logo, o rapaz, que treina natação em sua escola, começa a sentir-se doente e a ter alucinações com a mulher saída das águas, e esses problemas passam a afetar também sua noiva, irmã e melhor amigo. A princípio, pode-se ver que o filme teria espaço para poder inovar em alguns sentidos, e não cair diretamente em todos os clichês de filmes de assombração que existem. Mas é claro que ele cai, e isso é o mais frustrante no enredo, visto que não existe nenhuma surpresa, nenhum momento real de terror. Aliás, o filme é tão previsível que conseguimos prever o final muito antes de ele acontecer.
A criatura é até interessante, dada a exploração da mitologia russa e as diferenças entre as sereias da região e as criaturas mais conhecidas da mitologia grega. Contudo, a história que é dada para a personagem em si é fraca e as suas aparições não são muito amedrontadoras, limitando-se a momentos de jump-scares malfeitos e efeitos especiais pouco convincentes. Uma pena, visto que o material no qual o filme se baseia poderia dar margem para grandes acontecimentos. Além disso, o monstro falha no mesmo ponto em que muitas assombrações falham, que é ficar em sustos momentâneos por tempo demais quando poderia ter ações mais intensas, ataques mais fortes contra os protagonistas. No fim, o que ela mais faz é gritar um grito chato demais.

Os personagens humanos também não são melhores. Um show de horrores no quesito de atuação leva a personalidades vazias ou extremamente repetitivas, pessoas sem nenhuma expressão e sem nenhum carisma, de forma que não nos preocupamos muito com nenhum deles de qualquer forma. As falas também são pouco significativas e ditas com uma falta de vontade que faz com que o espectador seja inundado pelo tédio. Como se não bastasse, as decisões tomadas por eles são do pior tipo de clichê de personagens burros de filme de terror, o que aumenta ainda mais a previsibilidade do filme.

Em resumo, não foi dessa vez que o cinema russo honrou suas origens. Vindo do mesmo diretor de A Noiva, A Sereia – Lago dos Mortos é uma história já muito vista no cinema e que não consegue nem atingir um nível mediano. Fraco nos sustos, na história e na produção, o canto dessa sereia não é algo muito atraente. Para os que ainda assim se interessaram, o filme estreia no dia 31 de janeiro nos cinemas.
PS: Para aqueles que forem assistir ao filme legendado, busquem uma versão com as vozes originais dos atores em russo. A versão dublada para o inglês só piora as coisas e deixa os personagens ainda menos naturais.
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