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JAMES WAN: O TERROR MODERNO E OS UNIVERSOS DO MEDO

  • Writer: Luís Henrique Franco
    Luís Henrique Franco
  • Apr 18, 2019
  • 6 min read

Updated: May 5, 2019



Já faz um tempo que os filmes de terror começaram a ganhar maior notoriedade no cinema e, embora ainda não tenha havido um grande filme do gênero presente em grandes premiações, os universos do medo criado nos últimos anos conquistaram uma enorme legião de fãs e levaram à fama inúmeros novos diretores. Mas nenhum deles alcançou tanto destaque no cenário atual quando James Wan.

Nascido na Malásia, em 1977, James Wan é de origem chinesa, mas passou boa parte de sua vida e de seus estudos na Austrália, onde inclusive iniciou sua carreira com um filme underground, The Stygian, lançado em 2000 ao lado de Shannon Young. Nele, Wan já demonstrava grandes traços de sua carreira tanto como diretor quanto como roteirista.



A PRIMEIRA FRANQUIA DE SUCESSO


Foi em 2003 que Wan conseguiu garantir sua entrada para o cinema mainstream quando escreveu e dirigiu, ao lado do ator Leigh Whannell, o filme Jogos Mortais. Contando com alguns amigos e alguns atores locais, o filme quase não teve orçamento e não apresenta grandes efeitos, mesmo para a época. A trama é centrada em dois prisioneiros, um médico e um fotógrafo, que tem seus pés acorrentados em uma sala onde, em breve, eles serão envenenados. Uma voz estranha tenta convencê-los de que aquilo era uma forma de fazê-los olhar para a vida como uma dádiva e aproveitá-la melhor do que eles haviam até então. Mas para isso, as saídas oferecidas são extremamente torturantes e horríveis de se imaginar.



Para um filme com um orçamento tão baixo, o longa teve um sucesso avassalador, se tornando uma das maiores peças da cultura pop dos anos 2000 e consagrando Jigsaw como um dos principais vilões do cinema de terror. Suas armadilhas inteligentes e filosofia doentia, mas interessante, criaram um ser que não é assustador pelos seus aspectos sobrenaturais, mas pela sua terrível humanidade. A trama atraiu tantas pessoas que, de um filme que custou míseros 3 milhões, Jogos Mortais faturou incríveis 103 milhões e iniciou um novo gênero dentro do terror.

Com o sucesso gigantesco do primeiro filme, James Wan deu continuidade ao que viria a se tornar uma das franquias de terror mais lucrativas de todos os tempos. Contudo, ele nunca mais voltou a dirigir um filme da saga Jogos Mortais, tendo atuado como escritor em alguns filmes, como é o caso do terceiro. Seu papel no restante da franquia, no entanto, foi o de produtor, atuando em todos os filmes até o último, Jigsaw, lançado em 2018.

Ao longo dos filmes, no entanto, é notável o afastamento da proposta original de Wan. Os últimos se tornaram muito mais um apelo ao horror gráfico do que ao lado psicológico das armadilhas. Não apenas nesse quesito, mas também na mudança dos vilões principais. John Kramer criou o Jigsaw após receber a sentença de que seu câncer o mataria. A partir daí, ele cria suas armadilhas para que as pessoas vejam a vida de uma forma diferente, oferecendo sempre uma saída para aqueles dispostos a sacrificar pequenas coisas em prol de sua sobrevivência. Seus seguidores e sucessores, no entanto, passaram a usar de seu nome para executar vinganças pessoais e justiça com as próprias mãos, muitas vezes não fornecendo uma saída e deixando suas vítimas à mercê de uma morte horrível.


O PERÍODO APÓS JOGOS MORTAIS E A SEGUNDA FRANQUIA

Saindo da direção de Jogos Mortais, James Wan dirigiu dois filmes que não são bem lembrados pelo público em geral: Gritos Mortais e Sentença de Morte. Ambos apresentaram críticas extremamente negativas e estão entre os trabalhos mais esquecíveis do diretor.

Logo depois, no entanto, Wan retornou para o seu mundo sobrenatural com o que viria a ser uma nova franquia: Sobrenatural. Abordando a clássica história de uma família que se muda para uma casa assombrada, Wan introduz um novo conceito para o mundo dos espíritos ao criar a personagem Elise Rainier (Lin Shaye), uma pesquisadora paranormal capaz de enxergar espíritos e presenças demoníacas e de entrar no mundo espiritual e levar outros para lá.



A trama de Sobrenatural traz uma ideia interessante ao sugerir que espíritos não podem simplesmente tomar o corpo de outra pessoa, mas precisam afastar o espírito dessa para poder entrar, e que esses espíritos sem corpo ficam perambulando por um mundo paralelo ao nosso, presos até conseguirem um receptor para possuir. Essa premissa garantiu o sucesso, embora não tão grande quanto o de Jogos Mortais, para o filme e sua continuação, intitulada Sobrenatural: Capítulo 2, também dirigida por Wan. Ambos os filmes deram por finalizada a história de Elise e da família que fora vítima da possessão.

Os dois filmes que se seguiram se ocuparam de contar as origens de Elise, sua relação familiar e com os seus dons. Sobrenatural: A Origem e Sobrenatural: A Última Chave serviram como prequels para a trama dos dois primeiros filmes. Ao mesmo tempo, eles aparentemente perderam um pouco da essência dos dois primeiros filmes e, novamente, a proposta inicial do diretor foi alterada, embora nesse caso, um pouco menos visivelmente do que em Jogos Mortais.




INVOCAÇÃO DO MAL: A GRANDE FRANQUIA


Em 2013, James Wan iniciou seu mais recente e mais bem-sucedido projeto de franquia. Inspirado nas histórias reais dos casos de Ed e Lorraine Warren, dois demonologistas e investigadores paranormais, Invocação do Mal levou um novo sentido ao terror inspirado em fatos reais, abordando casos envolvendo demônios e espíritos possuídos que foram investigados pelo casal.



Interpretados por Vera Farmiga e Patrick Wilson, o casal Warren protagoniza casos de assombração, alguns deles extremamente famosos, enfrentando demônios e figuras sobrenaturais que possuem pessoas comuns e aterrorizam famílias. No primeiro filme, o casal ajuda uma família desamparada onde a mãe é alvo de inúmeros ataques de uma figura misteriosa. Já o segundo filme se passa na Inglaterra, onde a filha de uma mãe solteira passa a ser perturbada e possuída por um demônio profanador, que aparece aos mortais na forma de uma freira. Ambos os filmes tiveram grande sucesso, e abriram caminho para uma grande continuidade de filmes baseados no mesmo universo e explorando as origens de algumas criaturas e objetos mostrados nos filmes Invocação do Mal.

A primeira adaptação paralela no mesmo universo foi Annabelle, do qual James Wan foi apenas produtor, que conta a história de uma das bonecas presentes na casa dos Warren e que se encontra possuída por um demônio terrível e de poder incalculável. O primeiro filme sobre a boneca não obteve o sucesso dos filmes originais, mas conseguiu se recuperar com o segundo longa, Annabelle: A Criação do Mal, que conta a história definitiva sobre a origem da boneca e a sua criação e, posteriormente, sua possessão. Ambos os filmes conseguiram fazer uma ligação efetiva com os eventos de Invocação do Mal, e o terceiro filme da saga, Annabelle: De Volta para Casa, seguirá o ocorrido com a boneca dentro da casa dos Warren e seu efeito assustador sobre a filha do casal.

Mais recentemente, após Invocação do Mal 2, James Wan se tornou produtor e roteirista do filme A Freira, que conta a origem do demônio Valak, um dos principais antagonistas do casal Warren, e como ele sairia de uma abadia abandonada na Romênia e seguiria de encontro ao casal, atormentando Lorraine Warren por anos com visões diabólicas. Uma outra adaptação, também vinda de Invocação do Mal 2, dirá respeito ao personagem do Homem-Torto, uma das figuras possuídas que aparece no filme.

Invocação do Mal se tornou uma das mais bem-sucedidas franquias de terror do cinema atual, sempre trazendo essa ideia de eventos ocorridos no mundo real e adaptados de maneira mais dramática no cinema. A franquia terminou de consolidar James Wan no cinema mundial e abriu caminho para seus novos projetos.

Mais recentemente, Wan completou sua nova produção dentro desse universo, A Maldição da Chorona, que, apesar de não apresentar uma relação muito aparente com o restante do universo, traz um personagem já apresentado em Annabelle para criar essa ligação sutil e, para muitos imperceptível.

TRABALHANDO NOS UNIVERSOS DE HERÓIS

Atualmente, Wan se afastou um pouco de seu terror sobrenatural para se dedicar a alguns projetos junto ao Universo Cinematográfico da DC Comics. Seu primeiro trabalho junto à empresa de quadrinhos foi em Aquaman, filme que explorou o universo de Atlântida e aprofundou o herói interpretado por Jason Momoa. Wan conseguiu conferir um ar extremamente místico ao reino submarino e prestou grande atenção aos detalhes dos personagens, tornando-os extremamente semelhantes aos originais dos quadrinhos. O sucesso do filme rapidamente mobilizou o retorno do diretor para a continuação.



Wan também se dedicou a alguns trabalhos na televisão. Para a DC Comics, seu grande projeto atual é a série Swamp Thing, que explorará o mundo místico do personagem Monstro do Pântano. Abordando esse personagem, Wan conseguirá introduzir bastante sua experiência com o horror, visto que o personagem faz parte de um universo místico mais voltado para histórias sombrias e de horror.


Wan também está escalado como produtor da nova adaptação cinematográfica do jogo Mortal Kombat, ainda sem data de lançamento precisa. Seu trabalho com personagens sobrenaturais pode ser útil para adaptar alguns dos personagens mais sombrios do jogo.

 

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