BOHEMIAN RHAPSODY - UMA CELEBRAÇÃO DIGNA DE REALEZA
- Carol Fung
- Oct 29, 2018
- 4 min read
Updated: May 21, 2019

Quem nunca ouviu uma música do Queen e cantou aos berros, achando que estava dando um show, que atire a primeira pedra. Considerada a banda da rainha, Queen segue até hoje sendo uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. Suas músicas fazem parte da vida não só de quem viveu nos anos 80 mas também de jovens que nem pensavam em nascer na época em que Freddie Mercury, vocalista da banda, ainda era vivo.
Eu cresci ouvindo Queen. Admito que, como toda criança, tive uma época em que meu gosto musical era bem duvidoso, mas meu pai sempre amou Queen e filha de peixe... Se tem uma frase que vai ficar gravada na minha mente pra sempre, essa frase é "eu fui no show do Queen em 1981, a gente acendia isqueiro e não a lanterna do celular. Qual show você foi mesmo?", em um tom de brincadeira, meu pai sempre me contou de como era inexplicável a energia que Freddie Mercury transmitia.

Assisti a muitos vídeos de shows da banda, mas nunca imaginei que fosse sentir o que senti ao assistir o filme "Bohemian Rhapsody". Preciso começar falando sobre Rami Malek, um rosto que qualquer criança que viveu nos anos 2000 marcou como sendo o faraó em "Uma Noite No Museu". É admirável a preparação dele, o trabalho de personagem e o respeito com que ele traz uma figura tão icônica de volta a vida. Por quase três horas de filme o nome Rami Malek desapareceu da minha mente. Não era ele, era o Freddie. Vi em um vídeo promocional ele contando que teve ajuda de uma diretora de movimentos para conseguir aprender a andar e se portar como o vocalista, e preciso dizer que o trabalho deles não foi em vão. Com muita veracidade vemos no filme tanto o Freddie forte, autêntico e lendário que o mundo conhecia e amava, quanto o Farrokh, o homem sensível e solitário que trocou seu nome para se encaixar na sociedade britânica e conquistou o mundo com a sua arte.

Além de Malek, é necessário destacar a atuação de Gwilym Lee que mostrou que não foi escalado somente por se parecer muito com o guitarrista Brian May, mas também por ser um ator incrível e que nos mostra a sensibilidade e carinho de May por Mercury. A atriz Lucy Boynton, que interpreta o "amor da vida" de Freddie, também merece ser destacada. Se tem algo na atuação que é muito difícil é ser escada, a pessoa que dá o apoio para que o protagonista chegue em seu máximo (para que o comediante consiga fazer a platéia rir, por exemplo) e ela é a escada de Rami em vários momentos muito emocionantes, e o faz lindamente.

O filme é vendido como uma biografia de Freddie Mercury, mas apesar de realmente contar a sua história, há algo muito mais importante e grandioso que o filme conta e é o que o torna especial. O longa nos mostra a relação dos integrantes da banda, a confiança em Freddie, a família que formavam, as brigas pequenas e as brigas que os afastaram, mas que fizeram com que vissem a importância de continuarem juntos. É lindo ver a forma como o roteiro nos coloca dentro da trajetória deles e nos faz sentir como se fossemos parte dessa família, assim como eles faziam quando subiam no palco e puxavam o público pra fazer parte da banda. O roteiro tem a alma da banda e isso é exatamente o que traz um grande diferencial, fazendo-o não ser apenas mais uma biografia.
Outra coisa que percebi foi a humanidade com que retrataram Mercury, que na época era visto como uma pessoa promíscua, apesar de ser um artista insubstituível. No longa vemos uma imagem mais humana, com muitas críticas à imprensa e às pessoas que se aproveitavam da fragilidade do vocalista para se divertirem.

Em vários momentos tive vontade de gritar, cantar, aplaudir, dançar. É emocionante como conseguiram reproduzir shows da banda de uma forma que realmente parece que estamos ali, nos anos 80, com Queen a poucos metros de nós.
Quando forem ao cinema assistir ao filme, lembrem-se de aproveitar ao máximo. Bohemian Rhapsody é uma experiência inesquecível. É como se fossemos abraçados pela banda e levados para dentro de suas vidas.
A nova produção da 20th Century Fox foi feita para toda a família. Para o pai que viu o Queen ao vivo, a filha que cresceu vendo Freddie como uma lenda e ouvindo suas músicas pelo rádio, pro filho que baixou uma música pelo serviço de streaming por achar "Scaramouche" uma palavra engraçada, pra mãe que se emociona ao ver todos compartilharem o amor pela música. Para pessoas que amam ou que apenas gostam da banda. Mas principalmente, foi feita para aqueles que estão prontos para mergulhar em uma emocionante história real e se verem frente a frente com o lado mais humano de seu ídolo.
Freddie é uma lenda. Uma pessoa além de seu tempo, que conquistou o mundo com um talento inigualável e que com muita força e ousadia quebrou barreiras usando como aliados o seu estilo exótico e sua família, Queen.

Queen conquistou o mundo com seu rock ousado e agora é homenageada em um filme digno da realeza. Vossa majestade Freddie Mercury está olhando orgulhoso, de onde quer que ele esteja.
Bohemian Rhapsody estreia dia 1 de Novembro em todo o país e cantar no cinema está permitido. Te garanto que vai ficar um gostinho de "quero mais".
Confira o trailer:
Assista a apresentação da banda no Live Aid, cena retratada no filme:
Para mais conteúdo como esse, inscreva-se na Flit Studios : www.youtube.com/flitstudios
Siga nosso perfil no Instagram: @flittv
Comments