O PROTETOR 2 | CRÍTICA

Denzel Washington está de volta e pronto para fazer justiça na pele do misterioso Robert McCall em O Protetor 2.

A trama acompanha McCall, que agora trabalha como um motorista particular de aplicativo enquanto continua com sua dupla jornada sendo um justiceiro silencioso em suas horas vagas para todos aqueles que precisam. Ou, como melhor explica o jornalista Soren Andersen, Robert McCall é um desses personagens que "faz coisas terríveis a pessoas más que fazem coisas terríveis a pessoas boas".

Para um filme que me fez questionar a seriedade de se dar 5 estrelas ao seu motorista particular depois de uma corrida, O Protetor 2 é um filme que se leva bem a sério. E acredite, você realmente não vai querer dar 4,7 estrelas a qualquer um depois de sair dessa sessão!

O filme marca a quarta parceria entre o ator Denzel Washington e o diretor Antoine Fuqua, que parecem estar cada vez mais em sintonia para suas produções, desenvolvendo boas e sangrentas cenas de ação que entregam o que prometem.

Dito isso, O Protetor 2 é um filme que leva bastante tempo para se instalar e está mais preocupado em desenvolver bons arcos para seus personagens que em nos surpreender com cenas de ação aleatórias. Particularmente, gosto de filmes que levam seu tempo para crescerem e se desenvolverem, mas entendo que isso pode ser um problema tedioso para algumas pessoas quando o verdadeiro conflito do filme é apresentado apenas da metade de sua duração em diante. Ainda sim, em nenhum momento pode-se dizer que o filme não flui de maneira orgânica. E tendo em vista uma trama que se baseia puramente em um ato sangrento de vingança, quanto mais tempo de Denzel Washington ficando puto nos é apresentado, melhor será quando ele realmente começar a acertar as contas, não é mesmo?

E talvez seja essa a maior virtude de filmes como o Protetor 2, pois, de algum modo, existe algo incrivelmente satisfatório em ver pessoas más se ferrando ao cruzarem caminhos com alguém tão badass como Robert McCall, que em seu estopim de paciência chega a dizer coisas como: "Eu vou matar todos e cada um de vocês, e minha única decepção é que só posso fazer isso uma vez". É, acho que deu pra entender que tipo de vingança estamos sutilmente sugerindo aqui não é? Algo bem delicado.

Mas carregar personagens que se apresentam como invencíveis pode ser uma tarefa bem perigosa também, uma vez que todos os riscos parecem simplesmente desaparecer do roteiro, afinal de contas, já sabemos que no final Denzel vai sair na porrada e tudo vai ser resolvido sem maiores danos. É aqui que o filme demonstra seu ponto mais frágil, pois, sem nada a perder, Robert McCall torna-se apenas uma máquina de justiça imparável.

Para ser justo com o roteiro do filme, existe sim uma pequena tentativa de dar à McCall um calcanhar de Aquiles, mas uma que acaba sendo pouco explorada e portanto não causando o impacto que poderia ter tido, infelizmente.

O primeiro filme, de 2014, traçou um paralelo entre Robert McCall e uma jovem prostituta, Teri (interpretada por Chloë Grace Moretz), que está sob o controle de mafiosos russos. Já no segundo filme, o roteiro acerta em cheio em escolher conectar McCall com Miles (Ashton Sanders), um jovem artista que perdeu seu irmão para uma gangue.

É na interação entre esses dois personagens e na cumplicidade meio "pai-filho" que encontramos a verdadeira essência dessa história, que por sua vez consegue traçar momentos bem emocionantes com uma pequena mensagem sobre fazer a escolha certa mesmo que o caminho pareça difícil.

O Protetor 2 se estabelece como uma boa continuação, escolhendo ser mais contemplativo e sugestivo que seu antecessor e revelando momentos surpreendentemente emocionantes em sua trama. Com uma direção competente, um conflito interessante e bons atores, o filme passa perto da oportunidade de se consagrar como uma verdadeira obra-prima, mas desliza solto ao não apresentar maiores riscos e um perigo real para seu personagem principal.

O filme estreia nos cinemas em 16 de agosto. Confira o trailer!

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