STEVE CARELL: CONHEÇA A VOZ POR TRÁS DE GRU

Ele é um dos melhores e mais versáteis atores de comédia americanos, tendo participado em mais de 70 produções desde o início da década de 90. Possuindo grande capacidade para filmes dramáticos também, vem constantemente se adaptando a novos tipos de produção e tornando seu currículo de atuações mais amplo e diversificado.

Steve John Carell nasceu em Concord, Massachusetts, em 16 de agosto de 1962, filho da enfermeira psiquiátrica Harriet T. e do engenheiro eletricista Edwin A. Carell. De descendência italiana por parte do pai, Steve deveria ter o sobrenome Caroselli, mas seu avô modificou o sobrenome da família. Estudo na The Fenn School, uma escola privada e com apenas estudantes meninos, e depois na Middlesex School. Formou-se na Universidade Denison em Granville e então se mudou para Chicago, onde atuou em um grupo de teatro de comédia de improvisação, o Second City, no qual também se encontrava o futuro apresentador Stephen Colbert.

No Second City, Steve também trabalhou dando uma aula sobre improvisação. Durante essa aula, conheceu sua futura esposa, a também atriz Nancy Carell, que na época era uma estudante em sua classe. Casados desde 1995, os dois possuem dois filhos, Elisabeth e John.

PRIMEIROS TRABALHOS

O ator fez sua estreia nos cinemas como o personagem Tesio, no filme A Malandrinha (Curly Sue, 1991), que conta a história de um homem e sua jovem companheira, Curly Sue (Alisan Porter) que são moradores de rua e vivem de golpes em pessoas ricas para poderem ter o que comer. Quando eles tentam dar um golpe em uma mulher rica chamada Grey Ellison (Kelly Linch), ela acaba se afeiçoando à dupla e os leva para casa. Depois de conhecer melhor a mulher, o desabrigado (interpretado por Jim Belushi) começa a acreditar que aquele é o lugar onde Sue deveria crescer. Nesse filme, Steve Carell interpreta o marido de Grey, um homem rico e esnobe que é contrário à vinda dos dois desabrigados à sua casa.

Em 1996, tornou-se membro do elenco do The Dana Carvey Show, um programa de comédia exibido pelo canal ABC, e que era composto por alunos tanto do Second City quanto do Saturday Night Live. No show, Steve dava voz a Gary, no curta animado The Ambiguosly Gay Duo, que também contava com a participação do também comediante Stephen Colbert. O ator continuou no programa até ser substituído por Will Ferrell

Entre seus trabalhos na TV, destacam-se aparições em alguns shows como Just Shoot Me!, Come to Papa e Watching Ellie e um papel regular no The Daily Show, programa de comédia que abordava notícias de uma maneira satírica e crítica.

O SUCESSO NA COMÉDIA

Depois de alguns papeis menores na televisão, Steve Carell começou a despontar um pouco mais no cinema. Mantendo-se ainda dentro da comédia, ele interpretou o antagonista Evan Baxter em Todo Poderoso (Bruce Almighty, 2003), filme protagonizado por Jim Carrey, que interpreta um repórter descontente com a vida que conhece Deus (ele mesmo, Morgan Freeman) e ganha dele seus poderes para poder fazer o que quiser. No filme, os personagens de Carell e Carrey são rivais buscando a mesma posição elevada dentro do jornal.

Em 2005, o ator voltou a interpretar um antagonista no filme A feiticeira (Bewitched), que também conta com a participação de Nicole Kidman e Will Ferrell. Na trama, Isabel (Nicole) é uma feiticeira que decide ir para San Francisco e mudar de vida, abandonando seus poderes. Lá, ela conhece o ator Jack (Ferrell), que tenta utilizar-se da garota para obter sucesso na produção de uma série. Quando Isabel descobre, porém, lança-lhe um feitiço que o afeta durante as gravações da série. Nessa trama, Steve Carell volta a interpretar um papel menor.

No mesmo ano, porém, ele estreou em seu primeiro filme como protagonista, O Virgem de 40 Anos (The 40 Year Old Virgin, 2005), filme que ele também ajudou a escrever e que narra a história de Andy, um homem de 40 anos que é “involuntariamente celibatário” e que busca finalmente ter relações sexuais. Durante dias, ele é ajudado por seus colegas sobre como se aproximar das mulheres, mas sua relutância natural e seu comportamento nerd acabam se provando um desafio muito grande. O filme se tornou um box-office e foi eleito um dos 10 Filmes de 2006 pelo American Film Institute.

THE OFFICE E O SUCESSO NA TELEVISÃO

Mesmo tendo se voltado mais para o cinema, Carell manteve boas aparições em shows de televisão ao longo de seus anos. Seu maior e mais bem lembrado trabalho foi como o protagonista da série de comédia The Office (2005-2013), que foi ao ar pela NBC. A trama narra a vida e o dia-a-dia de um grupo de colegas de trabalho de um escritório, encabeçados pelo chefe Michael Scott (Carell), um homem exagerado que pensa em si mesmo como um sujeito muito engraçado, mas cujas tentativas de fazer piadas são sempre sem-graça e inapropriadas, mas que no fundo é uma boa pessoa.

Usando-se do estilo mockumentary, a série The Office trabalhou de forma a mostrar os trabalhadores da empresa fictícia Dunder Mifflin Paper Company, localizada em Scranton, Pensilvânia, e sua rotina no trabalho como se fosse tudo real, como se alguém realmente estivesse fazendo um documentário sobre a empresa. Essa tentativa se mostra clara nas diversas vezes em que os personagens do show dão “depoimentos” às câmeras e olham diretamente para a lente da câmera, admitindo a existência da mesma no local. A parte fictícia é revelada em situações exageradas entre os funcionários, no comportamento deles, em momentos que são por demais cômicos para serem reais.

A série fez muito sucesso e rendeu um Globo de Ouro para Steve Carell em 2006 por Melhor Ator Principal em uma Série de Comédia. O ator continuaria a ser indicado à categoria tanto no Emmy quanto no Globo de Ouro em todos os anos consecutivos até o final do seu contrato com os produtores na sétima temporada da série, em 2011. Após sua saída, a série continuou por mais duas temporadas e chegou ao seu fim no dia 16 de maio de 2013.

OS NOVOS DESAFIOS NA CARREIRA DE ATOR

Em 2007, Steve Carell assumiu um papel no filme Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine), um dos mais surpreendentes sucessos do ano, que garantiu um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para Alan Arkin. Apesar de ainda ser uma comédia, o filme, que conta a história de uma Família cheia de problemas que viaja em uma velha van para que a filha mais nova (Abigail Breslin) possa participar do concurso Pequena Miss Sunshine, foi um dos primeiros trabalhos mais sérios do ator e fugiu muito da comédia escrachada que ele estava acostumado.

Em 2008, retornou às comédias com A Volta do Todo Poderoso (Evan Almighty), dessa vez assumindo o papel principal. No mesmo ano, protagonizou o filme Agente 86 (Get Smart), filme baseado em uma antiga série que conta a história de Maxwell Smart, um agente de uma organização secreta do governo que tem que combater os criminosos da agência Caos, que pretendem destruir a estabilidade mundial.

Em 2010, Steve Carell participou da animação Meu Malvado Favorito (Despicable Me), em que dá voz ao personagem Gru, um super vilão que elabora um plano para roubar a Lua e que, para isso, adota três crianças órfãs. Com o tempo, porém, ele acaba por gostar das crianças e vai, aos poucos, deixando a vilania de lado, mesmo que permaneça com seu plano. A animação contou também com outras vozes conhecidas na comédia, como a do ator Jason Segel (How I Met Your Mother), que dubla Vector, o grande rival de Gru, e Russell Brand, que interpreta o ajudante do protagonista, Dr. Nefário, além de outros nomes como Miranda Cosgrove, da série Icarly.

Nos últimos anos, Steve trabalhou em um grande número de comédias, como Amor a toda prova (Crazy, Stupid Love), Procura-se um amigo para o fim do mundo (Seeking a Friend for the End of the World) e Tudo por um furo ( Anchorman 2: The Legend Continues). Em 2014, assumiu seu primeiro papel em um filme de drama ao viver o treinador John du Pont em Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo. O treinador, um homem esquisito e controlador que recruta os campeões de luta Mark Schultz (Channing Tatum) e David Schultz (Mark Ruffalo) para participarem do seu time e tentarem uma vaga nas Olimpíadas de Seul. Contudo, o comportamento autodestrutivo de John ameaça aos dois irmãos, e eles tentam a todo custo se livrar dele. Baseado em uma história real, o filme rendeu uma Indicação ao Oscar para Steve Carell.

Em 2015, o ator assumiu o papel de Mark Baum, um empresário e acionista e uma das poucas pessoas que conseguiu prever o crash do mercado imobiliário em 2008. No filme A Grande Aposta (The Big Short), Steve contracena com Christian Bale e Brad Pitt para mostrar ao mundo como um grupo de acionistas conseguiu prever a maior crise do mercado imobiliário de todos os tempos e, dessa forma, dar a volta por cima.

Em 2017, o ator retorna para a franquia de animação iniciada em 2010. Após uma continuação lançada em 2013, o terceiro capítulo da saga Meu Malvado Favorito já se encontra nos cinemas. No segundo filme, vimos Gru continuar a cuidar das crianças, tendo abandonado de vez a vida de vilão. Nesse tempo, ele é contratado por uma agência para caçar outros vilões e servir como um mocinho. É na agência que ele conhece Lucy (dublada por Kristen Wiig), por quem se apaixona e por quem se casa. No terceiro filme da saga, o herói entra em contato com seu irmão gêmeo, que o conduz novamente à sedução da maldade e o coloca em conflito novamente entre a vida que ele tem levado e a vida que ele costumava levar. Ansioso para ver como essa história vai acabar? Meu Malvado Favorito 3 já se encontra nos cinemas.

Algum outro papel do ator Steve Carell que você gosta? Não deixe de comentar para ficarmos sabendo!

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